sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Amigos Imaginários


É muito comum que crianças na etapa de 2, 3 anos comecem a criar um mundo de fantasias onde existem amigos imaginários. Se você passou ou está passando por essa fase, não há motivos para pânico, apenas preste bastante atenção, pois existem duas situações que esse caso pode acontecer.

Primeira situação:

Alguns psicólogos afirmam que os amigos imaginários estão presentes em 2/3 das crianças brasileiras, e isso não significa que essas crianças são solitárias ou que não possuem amigos reais. Muitas vezes, inclusive, esses amigos ajudam muito na formação da personalidade do seu filho.

Algumas pesquisas informam que as crianças que praticam esse tipo de “relação” têm uma capacidade maior de desenvolver habilidades psicológicas e lingüísticas, e podem inclusive serem melhores alunos. Para explicar melhor esse fato, resolvemos dar um exemplo prático: Avalie o vocabulário do seu filho e a capacidade dele (a) criar uma história ficcional a um brinquedo ou de construir uma história real baseada em um acontecimento do dia a dia ou passeio familiar. Se seu filho consegue manter o “diálogo” nas histórias ficcionais e mais informações nas reais, isso significa que o “amigo imaginário” não faz mal algum ao seu pequeno.

Alguns investigadores sobre o caso afirmam que esse tipo de capacidade pode influenciar um futuro interesse em leituras, o que provavelmente indicará um desempenho escolar positivo.

Segundo os pesquisadores ingleses Evan Kidd e Anna Roby “... as crianças com companheiros invisíveis são melhores na hora de fornecer informações que podem ajudar alguém - em outras palavras, ver o problema do ponto de vista do outro. É como se a criança quisesse dar um bom exemplo ao amigo imaginário (...). A dupla de pesquisadores acredita que os amigos imaginários são como que terapeutas, que dão ao pequerrucho egocêntrico uma nova perspectiva da mesma situação que antes passaria batido”.

Segunda situação:

Até aqui tudo muito bom, tudo muito bonito... Mas em alguns casos é necessário procurar ajuda para que essa “amizade” ocorra de forma saudável.

Muitas vezes as crianças sabem que estão fazendo algo errado e colocam a culpa no amigo. “A mente da criança trabalha por oposições. Rapidamente, ela divide o mundo entre bons e maus e, evidentemente, quer se filiar ao lado bom. Quando suas atitudes não agradam, não podem ter partido dela: precisam ser do outro", diz Mandelbaum.

Em outros casos a criança usa o amigo inventado para chamar a atenção, fazer perguntas que não tem coragem de fazer em seu próprio nome, falar palavrões, enfim, atitudes que certamente sabem que serão repreendidas pelos pais ou pessoa responsável.

Há casos que a criança deixa de brincar com as outras e se fecha no seu mundo de fantasia, e não quer mais saber dos amigos da escola, do futebol, do ballet, nada... Então chegou na hora de interferir. Nesse caso, recomendamos que você procure um especialista no assunto para conversar sobre o problema.

Muitos psicólogos afirmam que ao chegar ao consultório as crianças “levam” seus amigos, o que muitas vezes pode facilitar a conversa e descobrir de maneira mais rápida o que está acontecendo.

Você pode também dar um “empurrãozinho” para a despedida do amigo imaginário. Peça ao seu filho (a) que faça uma história em um papel com esse personagem, assim você o ajudará a entender que esse amigo faz parte da ficção, e aos poucos será mais fácil entender que o lugar dele é somente no mundo de imaginação.

Amigos imaginários são muito importantes, mas jamais devem tomar a posição dos amigos reais.





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